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Pernambuco é conhecido por intensa pluralidade cultural. Essa constatação pode ser notada com uma visita ao Bairro do Recife, uma das áreas que mais preserva a alma artística da cidade. Entre as várias ramificações dessa efervescente cena musical, as alfaias, abês e caixas do Traga a Vasilha chamam a atenção das pessoas que freqüentam o local.
O percussionista Tiago José Félix, 23, contou como aconteceu o surgimento do Traga a Vasilha. “Ao voltarem de uma turnê na Europa, alguns batuqueiros do Maracatu Estrela Brilhante do Recife sentiram a necessidade de se encontrarem durante o ano, já que os ensaios oficiais do maracatu iam somente de setembro a fevereiro”, disse. A partir disso, o músico Bruno Uchoa começou a reunir as pessoas que não queriam parar de difundir a cultura do estado na Rua do Royal, onde funciona atualmente o bar Burburinho. Tiago explica, ainda, a diferença entre tocar numa nação de maracatu e tocar no Traga a Vasilha: “O ‘Traga’, diferentemente das nações de maracatu, não preserva o lado religioso. O grupo tem apenas a parte profana, das festividades e comemorações, afirma.
O príncipe do Estrela Brilhante do Recife, Jonathan dos Santos, 31, relembra o surgimento do movimento. “Tudo começou com a ‘Gréia’, a primeira fase do Traga. Cerca de dez batuqueiros do Estrela Brilhante se juntavam para tocar. Mas a idéia não era que a nossa nação monopolizasse a iniciativa, pelo contrário, era que todo mundo que prestigiasse os instrumentos tivesse condições de tocar, era democratizar a música e a cultura”, explica Jonathan.
O estudante Francisco Marinho, 20, também reconhece a importância do Traga. “Eu acho que é uma forma de manter viva uma forma de expressão popular de maneira acessível para qualquer pessoa”, disse. Francisco acha que o movimento proporciona uma maior socialização entre batuqueiros e nações. “É interessante porque nações tidas como inimigas estão lá tocando lado a lado, o que une todas as pessoas ali presentes é o prazer de tocar”, complementa Marinho.
Serviço Traga a Vasilha
Quando Todas as sextas-feiras.
Onde Bairro do Recife, Rua Mariz e Barros, em frente ao Armazém 14.
Hora A partir das 23h.
Sistema de Origem
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Por Danielle de Moraes
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foto: Pedro Jatobá
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