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Descrição
Viver na atualidade é ser obrigado a estar conectado, participar de todas as atividades, saber tudo o que acontece no mundo todo, estar ligado e antenado ao burburinho da vila e da aldeia global. E esta conexão, o sentimento e certeza de pertencimento, tanto conforta quanto deprime, pois a vida não se resume a coletar e entupir a memória com informações. Viver é mais que ser bombardeado a cada instante e responder instintivamente ao bombardeio. Viver talvez seja, também, poder ficar inerte, se alienar, observar, ouvir, refletir sobre si e sobre o outro, se ver de dentro pra fora e se ver de fora pra dentro, pelo olhar do outro. Viver também é se incomodar, mudar de rumo, se mover.
Movimento pressupõe sair da zona de conforto e busca algo mais. Fico imaginando sobre o que dá prazer e move as pessoas. Muita gente se movimenta em busca de alimento, sobrevivência, à procura de sentimento puro, esperança de dias melhores, realização de sonhos, suprir carências e necessidades; outras se movem pela fé, instinto, fuga da violência, medo da morte, em busca da cura para doenças do corpo e da alma, para encontrar companhia, festa, sexo, diversão, por vaidade, futebol, prazer, amor, competição, vício, cachaça, exibicionismo, conhecer lugares, conquistar algo que lhes proporcione poder.
O exercício do poder pressupõe embate, debate, riscos, compartilhamento, convivência, perigo de perder terreno. Sem parar para ver e sentir o outro, o resultado pode ser fragilidade das relações, medo das perdas e da solidão, fuga dos sentimentos, banalização dos sentimentos, aumento da baixa-estima e dificuldade para lidar com decepções. Na corrida louca da vida as pessoas querem respostas, fazem perguntas mas, movidas pela pressa, não querem ouvir, não querem escutar. Sem troca, as carências aumentam e, até mesmo os poetas, exímios fingidores, sucumbem na batalha. Quem resistir fará parte do rol de vencedores. Os que caírem no caminho serão esquecidos na sarjeta e acusados de fracos, incompetentes, preguiçosos, indolentes e culpados pela própria sorte.
Fonte: http://www.galinhapulando.com/visualizar.php?idt=3941031
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VALDECK ALMEIDA DE JESUS, 46 anos, jornalista, funcionário público, editor, escritor e poeta. Embaixador Universal da Paz, Membro da Academia de Letras do Brasil, Academia de Letras de Jequié, Academia de Cultura da Bahia, Academia de Letras de Teófilo Otoni, Poetas del Mundo, Fala Escritor, Confraria dos Artistas e Poetas pela Paz e da União Brasileira de Escritores. Publicou “Memorial do Inferno: a saga da família Almeida no Jardim do Éden”, “Feitiço contra o feiticeiro”, “Valdeck é Prosa e Vanise é Poesia”, “30 Anos de Poesia”, “Heartache Poems”, ”Yes, I am gay. So, what? – Alice in Wonderland”, dentre outros, e participa de mais de 60 antologias. Organiza e patrocina o Prêmio Literário Valdeck Almeida de Jesus de Poesia, desde 2005, o qual já lançou mais de 600 poetas. Colabora com os sites Favas Contadas, PressReleases, Artigonal, Web Artigos, Recanto das Letras, Portal Literal, Portal Villas, Pravda, Zona Mix, Gay.Com, Observatório da Imprensa, PodCultura, Overmundo, Comunique-se, Dzaí, Difundir, Jornal do Brasil, Só Artigos e À queima roupa. Tem textos divulgados nas rádios online Sol (Diadema-SP), Raiz Online (Portugal) e CBN (Globo). Site: www.galinhapulando.com
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A carência ou fingimento do poeta podem ter todas as interpretações possíveis, mas sempre haverá uma, secreta, que nem mesmo o poeta se dá conta.
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Por: Valdeck Almeida de Jesus
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Renata Rimet/Naelson Ceuta
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Valdeck Almeida de Jesus em Lisboa
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