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Descrição
Criada em 2007, a Aldeia Multiétnica surgiu como espaço de intercâmbio cultural entre indígenas e não-indígenas. Com rodas de prosa, oficinas, exposições fotográficas e exibição de vídeos produzidos pelos povos indígenas, todos os anos a programação da Aldeia Multiétnica envolve pesquisadores, estudantes, ativistas das causas sociais, lideranças comunitárias, poder público, educadores populares, artistas e comunicadores na discussão de um novo mundo.
Mundo em que a sabedoria tribal é reconhecida como caminho alternativo para os desafios da contemporaneidade. Com esse intuito são desenvolvidas na Aldeia Multiétnica atividades que visam promover o diálogo sobre a participação da população indígena no ambiente urbano e ao patrimônio estético e cultural brasileiro.
De 15 a 22 de julho de 2016, o XVI Encontro de Culturas Tradicionais da Chapada dos Veadeiros realiza a décima edição da Aldeia Multiétnica no espaço construído especificamente para receber o encontro indígena, localizado à beira do rio São Miguel, em meio às serras da Chapada dos Veadeiros. Este ano o tema será: “Dez anos de Aldeia Multiétnica: comunicação, saberes tradicionais e novas linguagens”. Dentre as pautas principais do evento estarão: comunicação, educação, saúde, meio ambiente, o direito à terra e à participação política.
O grande moitará - como os povos do Alto Xingu chamam os encontros que promovem trocas interétnicas - de experiências e saberes desses encontros fortaleceu o interesse das etnias fundadoras em se mobilizarem ano após ano para que seus povos permanecessem representados nessa grande festa. Ao longo desses anos passaram pela Aldeia Multiétnica mais de 20 etnias. Participam da 10ª edição da Aldeia representantes dos povos indígenas Fulni-ô, grandes anfitriões do encontro deste ano, Krahô, povos do Alto Xingu, Xavante, Kayapó, Guarani Mbya e Desana.
Fulni-ô (PE)
Vindos do município de Águas Belas, em Pernambuco, a etnia é conhecida por ser a única que mantém a língua mãe, Ia-Tê, em todo o nordeste. Também conhecidos como Carnijós ou Carijós, os Fulni-ô têm diversas crenças que incluem a realização de rituais, como Ouricuri, que dura dois meses e exige a mudança de todo o grupo para uma segunda aldeia. A economia do grupo gira em torno de artesanatos, que são vendidos, e a alimentação é constituída basicamente pela agricultura de subsistência.
Kayapó / Mebêngôkre (PA)
Os Kayapó, que também recebem os nomes Caiapó, Gorotire, A'ukre, Kikretum, Makragnotire, Kuben-Kran-Ken, Kokraimoro, Metuktire, Xikrin ou Kararaô, se autodenominam Mebêngokre e vivem em aldeias que se localizam no Brasil Central e sua área de abrangência atinge os estados do Pará e do Mato Grosso. São da família lingüística Jê. Os rituais kayapó são numerosos e diversos, mas sua importância e duração variam fortemente. Dividem-se em três categorias principais: as grandes cerimônias de confirmação de nomes pessoais; ritos agrícolas, de caça, de pesca e de ocasião; e os ritos de passagem.
Krahô (TO)
Os Krahô se autodenominam Mehim. Também conhecidos como Craô ou Kraô, o povo vive no Tocantins e, segundo uma pesquisa da Fundação Nacional da Saúde (Funasa), em 2010 somavam 2.463 indivíduos. Eles fazem parte da família linguística Jê. Os índios do povo Krahô participam do Encontro de Culturas desde 2006, sempre mostrando a sua tradicional corrida de toras.
Yawalapiti - Alto Xingu (MT)
Os indígenas do povo Yawalapiti pertencem à família linguística Aruak e vivem no sul do Parque Indígena do Xingu, região do Mato Grosso conhecida como Alto Xingu. Segundo dados da Funasa, em 2006 existiam 222 indígenas desta etnia. No XI Encontro de Culturas, eles construíram uma oca xinguana, típica de suas aldeias. Os Yawalapiti possuem como base de suas atividades a agricultura e da pesca.
Guarani Mbya (SC)
Do tronco linguistico tupi-guarani, os Mbya mantém o uso comum do mesmo tipo de tambeao (veste de algodão que os antigos teciam). Reconhecem-se coletivamente como Ñandeva ekuéry (“todos os que somos nós”). A despeito dos diversos tipos de pressões e interferências que os Guarani vem sofrendo no decorrer de séculos e da grande dispersão de suas aldeias, os Mbya se reconhecem plenamente enquanto grupo diferenciado. Dessa forma, apesar da ocorrência de casamentos entre os subgrupos Guarani, os Mbya mantêm uma unidade religiosa e linguística bem determinada, que lhes permite reconhecer seus iguais mesmo vivendo em aldeias separadas por grandes distâncias geográficas e envolvidos por distintas sociedades nacionais.
Desana (AM)
Os índios que vivem às margens do Rio Uaupés e seus afluentes – Tiquié, Papuri, Querari e outros menores – integram atualmente 17 etnias, muitas das quais vivem também na Colômbia, na mesma bacia fluvial e na bacia do Rio Apapóris (tributário do Japurá), cujo principal afluente é o Rio Pira-Paraná. Esses grupos indígenas falam línguas da família Tukano Oriental (apenas os Tariana têm origem Aruak) e participam de uma ampla rede de trocas, que incluem casamentos, rituais e comércio, compondo um conjunto sócio-cultural definido, comumente chamado de “sistema social do Uaupés/Pira-Paraná”. Este, por sua vez, faz parte de uma área cultural mais ampla, abarcando populações de língua Aruak e Maku.
Confira a programação:
Dia 15/07
Sexta-feira
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Canal
Sistema de Origem
Iteia
Autor/a
Coletivo
subtitulo
Dez anos de Aldeia Multiétnica: comunicação, saberes tradicionais e novas linguagens
assinatura
Alessandra Alves
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Anne Vilela
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