Descrição
Tá rindo de quê?
Sírlia Sousa de Lima
A segurança está ameaçada
Se nas calçadas não se pode mais andar
Com alegria estampada pelo rosto
Só o desgosto
Meu semblante vai expressar
Quem deveria nos dar mais segurança
Segue uma dança que eu não quero acompanhar
Armados de revolver e cassetetes
Não sou tiete dessa falta de amor
Homem, mulher, velho, criança, não importa
Tome pancadas não esboce reação
Ou vais morrer é ali mesmo sem perdão
E se for preto a revolta é bem maior
E o massacre com certeza é bem pior
Nessa teia de hipocrisia
Sonho um dia acabar o preconceito
Que não tem jeito
Só maltrata o cidadão
E pisaram a poesia de Miró
Só porque de alegria deu um riso
O que é preciso pra acabar essa opressão?
Pisotearam o seu corpo já no chão
Acharam pouco e apertaram o cinturão
Arrastando a poesia pelo chão
Só por rir e ser poeta andarilho
Que segue o trilho da poesia e anda só
“Merece um tiro quem inventou a bala” essa é a fala de protesto de Miró
E o que se passa na cabeça do elemento
Só excremento recebeu na formação
A violência já foi disseminada
Já nos quartéis lhes ensinam a lição
Bata em pretos, pobres e poetas, mas não encoste a mão no capitão
Obedeça sempre a hierarquia
Mas anarquia você pode promover
Não mexendo com os intocáveis
Os miseráveis vocês devem exterminar
Matem os pretos, sua cor nos incomoda
Acham-se gente e ainda querem protestar
Pintem de sangue as cores do asfalto
Fiquem do alto aplaudindo a atuação Se são capazes de matar o seu irmão Por não ter tinta pra pintar seu coração
Canal
Sistema de Origem
PENC
Autor/a
Descrição
Sírlia Sousa de Lima, natural de Mossoró no Rio grande do Norte, residente em Natal, lugar que representa seu referencial de vida. Mãe, mulher, educadora, encontrou na poesia um caminho para externar emoções sentimentos e inquietudes frente ao mundo.
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