Miniatura
Descrição
A natureza tenta me avisar da forma mais violenta e inocente que eu posso estar no caminho errado
Saia daí, menino!
E joga frutas duras e pesadas na minha cabeça.
Mangas, cocos, jacas, melancias.
De súbito, acordo do meu vaidoso torpor e corro para escrever e confirmar se ainda sei pensar.
Parece que sim.
Sinto um grande alívio de estar vivo.
Passo a vergonha necessária do ridículo e mudo de atitude
Passo a respeitar mais, vestir-se melhor, brigar menos, destruir-me menos, e rir mais.
Por algumas vezes na vida eu quase morri e o ataque foi sempre contra a minha cabeça
Assim como no bar uma cliente possuída por alguma entidade ancestral me disse que eu tinha um “calo no quengo”.
Até as doenças que tive e tenho foram atraídas pela minha cabeça, mordidas de cachorro...
Oh Deus! Neste momento de medo é que nós carnais voltamos a mente para a vossa existência salvar a nossa
Agora com meus cabelos cheirando a frutas tropicais, é que começo a entender o poder oculto de algumas violências.
Sustos que acertam em cheio em um caminho desviado
Não que exista um caminho comum que conduza a algum lugar
Mas, como os gregos acreditavam ser pecado, não é justo ir de encontro ao seu demônio pessoal.
Não é justo com você mesmo desviar do caminho que você escolheu
Mas, se achares justo, pode ser esse o seu demônio pessoal.
Pode até ser mal, mas é seu.
Aceito-o
Respeite-o
Sei e sinto que falo isso com a consciência mais limpa que tive em vida
Limpa pelo sangue que neste momento ferve no meu crânio
Falo tudo agora sem a mínima vontade de blasfêmia
Querendo ser mais forte ao medo da morte
Sonhando em não ter nenhum derrame desnecessário
Lutando pelo meu salário
Pela independência como homem-deus-terra
Para ter reflexo rápido e suficiente para me desvencilhar das impurezas que os ventos fortes me lançam
Ainda estou aqui
Sempre estarei
Confie em mim
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