Descrição
A missão do Fala Tambor está expressa no artigo segundo do seu Estatuto: A Associação tem por finalidade preservar, divulgar, reverenciar e difundir a cultura afro, e afro brasileira, principalmente em suas manifestações na música e dança, através de oficinas de teatro escolas musica voltadas para o “Samba de Roda” e a formação de blocos musicais. Promover e incentivar serviços sociais. Promover, organizar e executar eventos publicações, jornais revistas, e periódicos que divulgue e informe, sobre a cultura negra e afro brasileira e suas diversas manifestações e sua divulgação nos veículos de comunicação tais como: radio e televisão. O grupo Fala Tambor foi criado no ano de 2000, na cidade de Belo Horizonte, por Carlinhos de Oxossi. Primeiro movimento cultural tombado como bem cultural imaterial afro brasileiro da cidade de Belo Horizonte, no Inventário Tradições Afro Brasileiras, realizado pela Fundação Municipal de Cultura. Integrado por um corpo cênico-vocal, o grupo produz suas leituras e criações contemporâneas a partir da influência da cultura de matriz africana na diáspora, embasando seu trabalho em pesquisas de ritmos e danças provenientes dessa matriz. O grupo possui mais de 90 composições próprias. O grupo Fala Tambor é o primeiro grupo de samba de roda de Belo Horizonte e 2004 foi registrado como ASSOCIAÇÃO MOVIMENTO CULTURAL FALA TAMBOR. Primeiramente através de recriações do Samba-de-Roda, que acontece nos terreiros bantus após os ritos sagrados. Fala Tambor reverencia os tradicionais batuques e cantigas de senzala, apresentando a partir destes uma técnica peculiar de ritmo advinda dos saberes oriundos do candomblé, espaço este, sagrado que funcionou como guardião destes conhecimentos, agora tornados contemporâneos pelas novas criações e re-criações do grupo. Quebra caboclo, cabula ou monjolo, são ritmos tradicionalmente executados nos toques de orixás, inkisses e guias, re-significados e transformados em performances artísticas pelo grupo. Assim, Fala Tambor se caracteriza por propor um diálogo aberto a novas possibilidades artísticas aliadas a bases culturais tradicionais. Como sugere o próprio nome, a música, utiliza instrumentos exclusivamente percussivos. O canto se apropria também de uma linguagem percussiva, porém trabalhando além do dialeto bantu, temas e letras contemporâneas. Os dançarinos fundamentam todo seu trabalho corporal na leitura rítmica feita pelos exus, caboclos e entidades sagradas. A dança, porém, apropria-se de tendências contemporâneas, lança mão de técnicas de improviso e de criação coletiva e é interativa como, aliás, manda todo bom samba-de-roda. Um diálogo que propõe desafios entre dançantes, os chamados Martelos ou Sotaques, que convidam o público, ou os que estão na roda, a participar da brincadeira, onde cada nova cantiga é um jogo. Além do trabalho propriamente artístico, o grupo vem desenvolvendo atividades de formação como palestras, oficinas, workshops, contribuindo para difundir o conhecimento sobre a produção cultural de matriz africana no Brasil. Foram desenvolvidos e realizados projetos sociais, como na comunidade São Rafael/Pompéia (Escola Municipal São Rafael) com crianças e adolescentes (trabalho de percussão e dança afro através da leitura rítmica e o samba de roda).