Miniatura
Descrição
Fim de tarde no centro da Vila do Capão, uma grande estrutura montada para receber a apresentação que estava por acontecer. Tecidos pretos e coloridos se misturavam à paisagem compondo um cenário mágico, iluminado pelo brilho rosado do pôr do sol, que vazava por entre as montanhas do Vale. Arquibancadas lotadas, crianças, idosos, adultos, moradores e visitantes aguardando o início do espetáculo. Chegou a noite, eis que se ouviu por de trás da plateia, o som de uma fanfarra colorida e animada, anunciando a chegada dos artistas que ali estavam para trazer alegria ao público e, juntos, celebrar os 15 anos do Circo do Capão. O mesmo palco da primeira apresentação, agora abrigava outro importante momento dessa história de arte e cultura na Chapada Diamantina. Depois de um longo tempo, o Circo do Capão estava de volta à Vila, desta vez para celebrar, se ressignificar, como um adolescente que alcança a maior idade e se prepara para os desafios da maturidade.
Ciclos Diamantinos, espetáculo circense criado para celebrar os 15 anos de Circo do Capão e, ao mesmo tempo, reverenciar um pouco da história deste lugar e destas pessoas que tão bem o acolheram. Uma criação da Companhia de Espetáculos do Circo do Capão, juntamente com a Família Flamini e o Grupo Instrumental Capão(GIC), que contou com a direção teatral de Loy Andrade e colaboração de Maurício Assunção. Por meio de um intenso diálogo entre artes circenses, teatro, música e dança, o espetáculo conta os principais ciclos históricos da Chapada Diamantina. A natureza virgem, serras, cachoeiras, a mata que acolhe a fauna e a flora do lugar em perfeita harmonia. Chegam os homens, primeiro os índios, depois quilombolas e europeus trazendo as heranças e a influência do além mar. Desta mistura de identidades nasce a semente que brota e floresce as culturas do lugar. Vem o Ciclo do Garimpo, com promessas de grandes riquezas, trazendo uma quantidade enorme de pessoas em busca das pedras preciosas. Rios dragados, terras deslocadas, construções desordenadas, matas queimadas, mas uma riqueza maior prevaleceu, a mãe natureza, que resistiu ao abusos do garimpo e passou atrair turistas do mundo inteiro, em busca daquilo que não conseguem encontrar nas rotinas atribuladas das grandes cidades. O Ciclo do Turismo é sucedido pelo Ciclo da Arte e da Cultura, tendo o Circo do Capão como um dos protagonistas deste movimento. Neste momento as histórias se cruzam e passam a caminhar lado a lado, até os dias atuais, passados 15 anos.
Para Maryanne e Jean Paul Galinski, fundadores e coordenadores do Circo do Capão, este espetáculo é um marco de superação e muito trabalho, como destacou Maryanne: “Ao mesmo tempo que celebramos os 15 anos, buscamos energia para nos renovarmos e continuarmos este trabalho por muitos e muitos anos. O desafio é enorme, estamos sempre em busca de apoio para conseguirmos manter as nossas atividades a pleno vapor. Por isso, é importante este constante diálogo com a comunidade, os parceiros locais e o poder público”. “A Companhia de Espetáculos e Escola de Circo do Capão é formada por moradores do Vale do Capão que, quando crianças, participaram das oficinas realizadas no prédio da antiga escola municipal do Rufino. Hoje, artistas e educadores formados multiplicam as artes circenses com os mais jovens, que passam a ver no Circo uma possibilidade de inclusão e de cidadania”, afirmou Jean Paul.
Esta foi a primeira apresentação da turnê, que percorrerá outras cidades da Chapada Diamantina. Confiram a agenda:
+16/08/14 - Andaraí
+17/08/14 - Mucugê
+30/08/14 - Piatã
+31/08/14 - Rio de Contas
A criação e a circulação do espetáculo Ciclos Diamantinos conta com o apoio financeiro da Secretaria de Cultura do Estado da Bahia, por meio do Edital Setorial de Circo.
Canal
Sistema de Origem
Iteia
Autor/a
Coletivo
subtitulo
Vale do Capão - 02/08/14
assinatura
Circo do Capão
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Yuri
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