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Descrição
Manoel Salustiano Soares, o Mestre Salu, foi sepultado na tarde desta segunda-feira (1) no cemitério Morada da Paz, em Paulista. O governador Eduardo Campos decretou luto oficial de três dias em homenagem ao mestre rabequeiro, um dos Patrimônos Vivos da cultura do Estado.
Ouça o depoimento do governador Eduardo Campos sobre a importância de Mestre Salu para a cultura pernambucana.
Para a presidente da Fundarpe, Luciana Azevedo, a morte de Salu é uma
grande perda para o Estado. 'Mestre Salustiano foi, em toda a sua
tragerória, uma representação viva do colorido, da garra e da
criatividade que marcam a cultura popular pernambucana'.
Salu faleceu na manhã do domingo (31 de agosto), devido a complicações cardíacas.O músico tinha 62 anos e estava internado há sete dias devido a uma arritmia cardíaca. Salu sofria do mal de chagas e utlizava marcapasso há 18 anos. A primeira internação dele foi há cerca de 25 dias. Desde a última segunda-feira, Salu estava internado no Pronto Socorro Cardiológico de Pernambuco (Procape).
Pai de 15 filhos, Manoel Salustiano Soares era uma das figuras mais ativas da cultura pernambucana, reavivando e valorizando, com seu trabalho, folguedos populares como o maracatu, o cavalo-marinho e o caboclinho.
Saiba mais sobre a vida e a obra de Mestre Salu:
(informações extraídas do arquivo da Fundação Joaquim Nabuco)
Mestre Salustiano, ou Mestre Salu, nasceu no dia 12 de novembro de 1945 em em Aliança, zona da mata norte de Pernambuco. Cresceu familiarizado com música por conta de seu pai, João Salustiano, tocador de rabeca. Além de tocar, Mestre Salu fabricava seus próprios instrumentos.
Apaixonou-se pelo cavalo-marinho ainda nas brincadeiras nos engenhos de Aliança. Foi um dos maiores dançadores de cavalo-marinho da região, interpretando diversos personagens: arrelequim, dama, galante, contador de toada, Mateus (durante nove anos), recebendo por isso o título de mestre.
Considerado um dos grandes nomes do maracatu, fundou o Piaba de Ouro, em 1997. Mestre Salu ainda inspirou a geração de músicos que formou o manguebeat, nos anos 90. Sua referência vai tanto do som, como nas letras.
Salu foi um dos grandes responsáveis pela preservação da ciranda, do pastoril, do coco, do maracatu, do caboclinho, do mamulengo, do forró, do improviso da viola e de outros folguedos populares do folclore nordestino.
Fundou a Casa da Rabeca do Brasil, situada na Cidade Tabajara, em Olinda. O local abriga apresentações de danças, oficinas, encontros de maracatus rurais e cavalo-marinho, além de shows de música regional, acontecem eventos o ano inteiro.
Na época do carnaval, a Casa recebe caboclinhos, bois, burras, troças, ursos, além do seu maracatu Piaba de Ouro. No Natal, é palco para pastoril, ciranda, cavalo-marinho, entre os quais o Boi Matuto, com a participação de 76 figurantes e 18 pessoas brincando.
Foi agraciado com o título de doutor honoris causa pela Universidade Federal de Pernambuco, em 1965, e já percorreu com a sua arte a maioria dos estados brasileiros e países como a Bolívia, Cuba, França e Estados Unidos.
Recebeu ainda, em 1990, o título de “reconhecido saber” concedido pelo Conselho Estadual de Cultura de Pernambuco e o de comendador da Ordem do Mérito Cultural, em 2001, pelo então Presidente da República, Fernando Henrique Cardoso.
Gravou quatro CDs: Sonho da Rabeca, As três gerações, Cavalo-marinho, Mestre Salu e a sua rabeca encantada.
Mestre Salu era uma mistura de músico, produtor, artesão e professor. Fez turnês nacionais e internacionais, tocando sua rabeca e mostrando sua peculiar fusão de ritmos do folclore nordestino.
Indicado pela Prefeitura de Olinda, foi escolhido pelo Governo do Estado, através da Lei nº 12.196 de 2 de maio de 2002, como Patrimônio Vivo de Pernambuco.
PATRIMÔNIOS VIVOS DE PERNAMBUCO
• Índia Morena (artista circense)
• Clube de Alegorias e Crítica Homem da Meia Noite (clube carnavalesco)
• José Costa Leite (xilógrafo)
• Ana das Carrancas (artesã)
• Camarão (sanfoneiro)
• Dila (cordelista e xilógrafo)
• Lia de Itamaracá (cirandeira)
• J. Borges (cordelista e xilógrafo)
• Manuel Eudócio (artesão)
• Maracatu Carnavalesco Misto Leão Coroado (maracatu)
• Nuca (artesão ceramista)
• Sociedade Musical Curica (banda de música)
• Zé do Carmo (artesão ceramista)
• Fernando Spencer (cineasta)
• Confraria do Rosário de Floresta do Navio (irmandade religiosa)
• Zezinho de Tracunhaém (artesão)
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Sistema de Origem
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O músico foi enterrado na tarde desta segunda-feira no cemitério Morada da Paz, em Paulista
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Mestre Salu integrava a lista de patrimônios vivos da cultura pernambucana
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