Descrição
Os dados físicos indicam que o Quintal do Cosme fica na Estrada da Batalha, 4218, Prazeres, Jaboatão, Pernambuco. O Quintal é mesmo um quintal com mangueiras em uma casa simples. Ali se pode e se deve ir a partir das 13 horas, sempre aos domingos, duas vezes por mês. “Domingo, sim, domingo, não”, informa-nos a filha do fundador.
O que os dados físicos não dizem é que ali há concertos de música, encontros de chorões e amantes do choro. Com uma característica rara: os músicos ali tocam de graça. Minto, os músicos ali pagam para tocar, porque eles mesmos pagam o que bebem e o que comem ao fim. E que músicos! que maravilhosa velha guarda. Por isso os tais dados factuais, da notícia, jamais explicarão que ao Quintal se vai e se entra ao som de “Sofres porque queres”, ou de “Doce de Coco”. Os 5 Ws da notícia não podem explicar por que estou até agora sob o impacto do que ouvi no último domingo. Murmurando, Naquele tempo, Vibrações, Um a Zero, Flamengo, vontade tenho de escrever somente com nomes de choros.
No bandolim há um homem, um músico negro de 84 anos, de apelido Chocho, que me fez dizer: “se Deus existe, quando eu tiver 84 anos, eu quero estar como seu Chocho”. E não disse nem que gostaria de ser como seu Chocho, porque não se pode abusar da infinita misericórdia divina. Chocho toca bandolim, violão, cavaquinho, compõe, e sorri, quando um acorde mais feliz o acompanha. O riso dele é tão bom quanto a sua genialidade. Chocho gargalha, quando uma mulher o beija, na face. “Tenho mais de 100 composições”, ele me diz, “mas tenho que contar uma por uma, pra ter certeza”. Ao redor dele tocam Josué no violão, Geraldo no canto e no cavaquinho, Ronaldo no surdo, Tozinho no cavaquinho. Na tarde em que me encontro, chegam músicos mais jovens, como Rogério na flauta, e mais Vlaudemir, no clarinete.
Atenção para este nome: Vlaudemir. É um novo Felinho. Ele incendeia o público quando toca Na Glória, e de t
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casa de choro | chorinho | choro | diversão | músicos pernambucanos
Sistema de Origem
PENC
Autor/a
Descrição
Escritor, jornalista, recifense, suburbano.
Autor do romance Os Corações Futuristas.
Textos publicados em sites brasileiros, e outros de língua espanhola, italiana, inglesa.
Artigos na Revista Continente, na Carta Capital, e em jornais pernambucanos, alagoanos e paulistas.
Tem um blog, Sapoti da Japaranduba, no endereço http://urarianoms.blog.uol.com.br/
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Urariano
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Chocho, o grande bandolinista