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Estamira
Descrição
Já fazia seis anos que o fotógrafo carioca Marcos Prado se dedicava a um projeto de documentar o cotidiano do lixão do Jardim Gramacho, em Duque de Caxias (RJ) quando se deparou com uma senhora contemplando a árida paisagem. Ao pedir para tirar o seu retrato, Prado ainda não fazia idéia de que ela se tornaria a protagonista de seu longa de estréia como diretor, o documentário Estamira, que leva o nome da mulher, sexagenária, que trabalhava no imenso lixão.
Apesar de ser uma pessoa difícil, que os próprios amigos no lixão descreviam como “bruxa de Gramacho”, e de sofrer de distúrbios mentais, a afinidade entre Estamira e o fotógrafo foi imediata. “Ela logo me convidou a sentar ao lado dela, me mostrou seu arroz, seu fogão. Ela cozinhava no lixo. E tinha aquele discurso fantástico. Eu só conseguia pensar: ‘Quem é essa pessoa?’”, conta Marcos, em entrevista exclusiva em São Paulo, no final de julho de 2006.
A figura carismática capaz de longos discursos sobre a vida num vocabulário todo próprio não saía da sua cabeça e Marcos voltou a procurar Estamira. Mas ela não estava no lixão. Tinha sido apedrejada, depois de denunciar um casal que roubava as lonas usadas como abrigo pelos velhinhos que viviam no lixão – uma das muitas violências que sofreu no local, que não tem segurança à noite. Procurando-a em casa, Marcos foi recebido com uma frase sintomática: “Tarda, mas não falha”. Depois, pediu autorização para fazer um filme da vida dela. “Eu já estava envolto na magia do verbo de Estamira”, confessa.
Sistema de Origem
Iteia
Autor/a
Descrição
Programa de TV, produzido colaborativamente pela TV Brasil e Pontos de Cultura.
Coletivo
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25