Jam da Silva nasceu no Recife e começou a tocar bateria aos 11 anos, logo em seguida aprendeu percussão. Hoje, seu som é um mix dos dois. Fez curso superior em Música entre 1998 e 2002, mas o que sabe mesmo, aprendeu na rua. Já trabalhou com DJ Dolores e Orchestra Santa Massa, viajou em diversas turnês, tocando com artistas como Massilia Sound System , Troublemakers, Camille, Wysa e Sebastien Martel. O trabalho de Jam é uma mistura de artesanato com invenção. Parte de suas criações vêm da rua, literalmente: sempre com um HD e um laptop, grava sons dos lugares por onde anda e incorpora essa biblioteca sonora em suas músicas. Às vezes, cria música a partir de coisas que aparentemente, não têm nada a ver com ela, como conversas em ônibus ou imagens veiculadas pelas mais variadas mídias.
Jam estuda texturas e o tempo inteiro busca novos timbres para pandeiros, cuícas, berimbau e até mesmo para sua bateria, que funciona em harmonia com os espaços percussivos. Liga a saída do microfone no pedal da cuíca, para transformar seu som em um canto longo e duradouro. Tudo isso sugere uma percussão eletrônica que, na verdade, é completamente orgânica. A cada momento aparece um novo risco no quadro. A idéia é deixar a música a mais orgânica possível. Seu primeiro disco solo, “Dia Santo”, Jam consegue fazer com afinco o que muitos passam a vida inteira tentando e nem chegam perto: criar uma roupagem universal para o regionalismo da música nordestina. Não precisa passar horas escutando Da Silva para notar sua paixão evidente por hip hop, rock, lounge e drum’n’bass.
